O Lado Secreto do Céu Noturno: Eventos Astronômicos Subestimados em 2026
Pare de esperar por um evento “uma vez na vida” e comece a aproveitar a observação do céu no dia a dia! Aqui está uma lista de belos eventos de astronomia que talvez não sejam os grandes destaques do ano, mas ainda assim merecem sua atenção. A maioria nem exige binóculos! Para encontrar facilmente em seu céu qualquer corpo celeste mencionado neste artigo, baixe o app grátis Sky Tonight.
Índice
- Eventos celestes em 2026: não são os maiores, mas valem a pena observar
- Calendário astronômico de eventos celestes marcantes de 2026
Eventos notáveis da Lua em 2026
- 14 de janeiro: Lua esconde Antares na Austrália
- 18 de março: Aproximação da Lua, Marte e Mercúrio
- 17 de junho: Lua esconde Vênus durante o dia
- 6 a 14 de setembro: Lua visita os planetas a semana inteira
- 6 de outubro: Lua esconde Júpiter nas Américas e na África
- 24 de dezembro: A maior Lua Cheia do ano
- 26–28 de dezembro: Lua forma um arco com Júpiter, Regulus e Marte
- Eclipse parcial em 2026 que ainda vale a pena observar
- Chuvas de meteoros moderadas, mas interessantes, em 2026
- Eventos planetários em 2026 que valem a pena observar
- Cometas em 2026 que podem proporcionar belas observações
- Em resumo: não deixe os eventos celestes de 2026 passarem em branco
Eventos celestes em 2026: não são os maiores, mas valem a pena observar
2026 está cheio de eventos no céu — quase sempre há algo para ver. Mas um único “grande” evento pode ser prejudicado pela localização, pelo clima ou por uma agenda cheia, então é inteligente ter mais de uma opção. Por isso reunimos aqui eventos de 2026 menos conhecidos, mas incomuns, belos e exclusivos deste ano. Assim, você pode escolher vários eventos astronômicos a cada mês e selecionar os que melhor se encaixam nos seus planos! Para saber quais são os melhores eventos astronômicos de 2026, leia nosso artigo dedicado.
Nós focamos em eventos fáceis de observar, visíveis em diferentes regiões, com explicações curtas e claras e links para guias mais detalhados, caso você queira se aprofundar. Vamos parar de esperar apenas pelos espetáculos raros e aproveitar o céu noturno sempre que possível, descobrindo o que torna 2026 um ano especial.
Calendário astronômico de eventos celestes marcantes de 2026
Janeiro de 2026
- 🌠3 de janeiro – Pico da chuva de meteoros Quadrântidas (80 meteoros/hora)
- 🌕14 de janeiro – Ocultação lunar de Antares
- ☄️20 de janeiro – Cometa C/2024 E1 (Wierzchos) atinge o periélio, mag ≈5, visível apenas do Hemisfério Sul
Fevereiro de 2026
- ☄️17 de fevereiro – Cometa C/2024 E1 (Wierzchos) faz a maior aproximação da Terra, mag ≈8, visível em partes dos hemisférios Norte e Sul
Março de 2026
- 🪐8 de março – Vênus bem brilhante perto de Saturno no céu da tarde
- 🌕18 de março – A Lua encontra Marte e Mercúrio ao amanhecer
Abril de 2026
- 🪐18 de abril – Alinhamento planetário matutino de Saturno, Marte, Mercúrio e Netuno
- 🌠22–23 de abril – Pico da chuva de meteoros Líridas (18 meteoros/hora)
Maio de 2026
- 🌠6 de maio – Pico das Eta Aquáridas (50 meteoros/hora)
Junho de 2026
- 🪐12 de junho – Alinhamento vespertino de Mercúrio, Júpiter e Vênus
- 🌕A partir de 16 de junho – A fina Lua crescente se junta ao alinhamento Mercúrio–Júpiter–Vênus
- 🌕17 de junho – Ocultação lunar diurna de Vênus (melhor observada da maior parte dos EUA contíguos, partes do Canadá, Brasil e Venezuela)
Julho de 2026
- 🌠30–31 de julho – Duplo pico de meteoros das Chuvas Delta Aquáridas do Sul e Alfa Capricórnidas (25 e 5 meteoros/hora)
Agosto de 2026
- ☄️2 de agosto – Cometa 10P/Tempel 2 atinge o periélio, mag ≈8, visível com binóculos/pequenos telescópios
- 🌕27–28 de agosto – Eclipse lunar parcial profundo
Setembro de 2026
- 🌕6–14 de setembro – “Semana dos planetas”: a Lua encontra Marte, Júpiter, Mercúrio e Vênus, um de cada vez
Outubro de 2026
- 🌕6 de outubro – Ocultação lunar de Júpiter
Novembro de 2026
- 🪐Por volta de 14 de novembro – Alinhamento planetário de Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter antes do amanhecer
- 🌠17–19 de novembro – Chuva de meteoros Leônidas (15 meteoros/hora; possível aumento de atividade)
- 🪐25 de novembro – Urano em oposição
Dezembro de 2026
- 🌕24 de dezembro – Maior Superlua do ano
- 🌕26–28 de dezembro – A Lua forma um arco brilhante com Júpiter, Regulus e Marte na constelação de Leão
Eventos notáveis da Lua em 2026
A Lua é o objeto mais brilhante e chamativo do céu noturno, e muitos de seus eventos são fáceis de observar sem nenhum equipamento. Mas o que são aqueles “pontos” brilhantes ao lado da Lua? E quais eventos especiais da Lua podemos esperar em 2026? Vamos dar uma olhada.
14 de janeiro: Lua esconde Antares na Austrália

Em 14 de janeiro de 2026, observadores na Austrália verão a fina Lua crescente, Lua, iluminada em 14%, passar na frente da estrela vermelha e brilhante Antares, na constelação de Escorpião, escondendo-a brevemente da visão. A ocultação acontece entre 18:05 e 21:55 GMT, dependendo da sua localização.
Para ver exatamente de onde o evento será visível, abra o app gratuito Sky Tonight e encontre o evento pela Busca ou no Calendário. Abra o evento, vá para a aba Info e, em seguida, deslize a imagem superior ou toque no ícone azul do mapa para ver o mapa de visibilidade.
Em outras partes do mundo, a Lua passará muito perto de Antares. Procure o par no céu da manhã, na constelação de Escorpião, nos dias 14 e 15 de janeiro. Você pode vê-los a olho nu ou com binóculos.
18 de março: Aproximação da Lua, Marte e Mercúrio

Na manhã de 18 de março, você verá a Lua, Marte e Mercúrio reunidos bem próximos, baixos sobre o horizonte leste, na constelação de Aquário. A visão será melhor em locais próximos ao equador ou no Hemisfério Sul, onde Marte e Mercúrio ficam mais altos em relação ao horizonte durante o crepúsculo.
Do ponto de vista astronômico, este não é um evento raro. A Lua cruza com frequência a eclíptica, onde os planetas parecem se deslocar; porém, é relativamente incomum que ela encontre dois planetas visíveis a olho nu tão próximos no céu.
17 de junho: Lua esconde Vênus durante o dia

Em 17 de junho, a Lua passará na frente de Vênus em plena luz do dia — uma visão rara e espetacular. O evento será totalmente visível na maior parte dos Estados Unidos continentais, em partes do Canadá, do Brasil, da Venezuela e em regiões próximas.
Embora aconteça durante o dia, Vênus é brilhante o suficiente para ser visto, assim como a fina Lua crescente com apenas 8% de iluminação, alta no céu. O melhor momento para observar é pouco antes ou pouco depois da ocultação. Em geral, o evento ocorre entre 18:17 e 22:43 GMT, mas os horários exatos variam conforme o local.
Por exemplo, em Nova York, EUA, a ocultação lunar de Vênus começará às 15:54 EDT e terminará às 17:12 EDT. Para descobrir o horário exato na sua região, abra o app Sky Tonight, vá até o Calendário e consulte os detalhes do evento.
6 a 14 de setembro: Lua visita os planetas a semana inteira

De 6 a 14 de setembro, a Lua passará por Marte, Júpiter, Mercúrio e Vênus, um após o outro, criando uma sequência de aproximações celestes consecutivas.
Na manhã de 6 de setembro, olhe baixo sobre o horizonte leste para ver Marte próximo a uma Lua com 30% de iluminação, na constelação de Gêmeos.
Na manhã de 8 de setembro, olhe praticamente no mesmo lugar: Júpiter estará perto de uma Lua com 10% de iluminação, na constelação de Câncer. Mais tarde, entre 17:03 e 20:25 GMT, a Lua esconderá Júpiter (uma ocultação lunar), visível em regiões que incluem Canadá, Groenlândia, Rússia oriental e os Estados Unidos continentais. Por acontecer durante o dia, não será fácil de ver — é mais provável que você veja Júpiter pouco antes de desaparecer ou logo depois de reaparecer. Use os mapas do app Sky Tonight para verificar a visibilidade na sua localização.
Em 12 de setembro, uma Lua extremamente fina, com apenas 2% de iluminação, passará por Mercúrio na constelação de Virgem. Procure-os muito baixos sobre o horizonte oeste, no brilho do crepúsculo vespertino. As latitudes do Hemisfério Sul terão uma visão melhor.
Por fim, em 14 de setembro, a Lua encontrará Vênus em Virgem. Uma ocultação lunar de Vênus será visível na maior parte da Europa, na Rússia ocidental e em amplas regiões da África e da Ásia, acontecendo entre 09:26 e 13:42 GMT. Embora ocorra durante o dia, Vênus é brilhante o suficiente para ser observado. No restante do mundo, os observadores verão uma Lua crescente com 13% de iluminação próxima de Vênus, baixa no sudoeste ao anoitecer.
6 de outubro: Lua esconde Júpiter nas Américas e na África

Em 6 de outubro, entre 08:13 e 12:17 GMT, a Lua passará na frente de Júpiter, criando uma das melhores ocultações lunares do ano. Júpiter — o segundo planeta mais brilhante — desaparecerá atrás de uma Lua com 20% de iluminação, durante o crepúsculo astronômico, quando o céu ainda está escuro o suficiente para proporcionar uma boa visão. O evento será visível em partes das Américas e da África.
Tente não perder os momentos em que Júpiter desaparece atrás da Lua e reaparece do outro lado — são as partes mais impressionantes do evento. No restante do mundo, os observadores verão simplesmente Júpiter brilhante próximo à Lua.
24 de dezembro: A maior Lua Cheia do ano

Para encerrar 2026 com uma surpresa, a Lua atingirá a fase cheia em 24 de dezembro — véspera de Natal na tradição cristã ocidental. Isso não acontece com frequência: a última Lua Cheia na véspera de Natal foi em 1996.
E não será uma Lua Cheia qualquer, mas uma Superlua — a maior e mais brilhante do ano. Ela parecerá cerca de 8% maior e 16% mais brilhante do que uma Lua Cheia típica, como um verdadeiro presente de Natal no céu.
A mudança de tamanho, porém, é bem sutil. Você ainda consegue cobrir toda a Lua com o dedinho estendido à distância de um braço. A melhor maneira de avaliar é simples: saia para fora e olhe para cima. Percebendo a diferença de tamanho ou não, a maior Superlua do ano será um espetáculo belíssimo.
26–28 de dezembro: Lua forma um arco com Júpiter, Regulus e Marte

Nas noites de 26–27 de dezembro e 27–28 de dezembro, você verá a Lua quase cheia alinhada com Júpiter, Marte e a estrela brilhante Regulus na constelação de Leão. Este é um dos eventos celestes mais fáceis de observar — não exige equipamento nem horário exato. Basta sair na noite certa e olhar para o céu!
Na primeira noite, eles formarão um arco luminoso cruzando o céu oriental.
No Hemisfério Norte, comece a observar ao anoitecer. A Lua — brilhante e alaranjada perto do horizonte — nasce primeiro. Em seguida vem Júpiter, depois a esbranquiçada Regulus e, por fim, Marte, com seu brilho avermelhado. O arco completo se torna visível por volta das 23h, horário local, e permanece no céu até o amanhecer.
No Hemisfério Sul, olhe acima do horizonte nordeste. A Lua nasce primeiro, seguida por Júpiter e depois Marte. Regulus aparecerá entre os dois planetas, com uma tonalidade branco-azulada. O grupo estará mais alto acima do horizonte norte por volta das 4h da manhã.
Se você perder a primeira noite, não se preocupe — em 27–28 de dezembro, a Lua se moverá entre os planetas, aproximando-os ainda mais dentro da constelação de Leão. As condições de observação permanecerão praticamente as mesmas. É uma oportunidade perfeita para astrofotografia — tente registrar o arco brilhante no céu noturno!
Eclipse parcial em 2026 que ainda vale a pena observar
Eclipses solares e lunares estão entre os eventos celestes mais empolgantes. Dois deles entraram na nossa lista dos maiores destaques de 2026:
- 3 de março de 2026: eclipse lunar total (Lua de Sangue) visível da Ásia, Austrália e América do Norte;
- 12 de agosto de 2026: eclipse solar total visível da Groenlândia, Islândia, Portugal e Espanha.
Mas há outro eclipse que certamente merece a sua atenção! Para garantir que você nunca perca um próximo eclipse solar ou lunar, confira nossa infografia atualizada regularmente.

27–28 de agosto: Eclipse lunar quase total

Este eclipse parcial chega muito perto de ser total — 96,2% da Lua entrará na umbra da Terra, ganhando uma cor laranja intensa, em vez de um tom totalmente vermelho‑sangue. A fase parcial dura 3 horas e 18 minutos, das 02:33 às 05:51 GMT em 28 de agosto. Lembre‑se de converter esses horários para o seu horário local.
O eclipse será totalmente visível na América do Norte e na América do Sul, visível no nascer da Lua no Pacífico Central e no pôr da Lua em partes da África, Europa e Oriente Médio. Ao todo, mais de 40% da população mundial terá a chance de ver esse impressionante eclipse lunar parcial!
Chuvas de meteoros moderadas, mas interessantes, em 2026
Enquanto você espera pelas famosas Perseidas em agosto, que tal observar algumas chuvas de meteoros menos conhecidas, mas ainda assim fascinantes? Cada uma tem seu próprio charme e oferece boas oportunidades de observação. Abaixo estão os picos de algumas chuvas de destaque — para ver a lista completa das melhores chuvas de meteoros do ano, confira nosso guia dedicado.
3 de janeiro: Pico das Quadrântidas (80 meteoros/hora)

As Quadrântidas atingem o pico em 3 de janeiro, por volta das 21:00 GMT, e duram cerca de 6 horas. Normalmente, essa chuva está entre as mais fortes do ano, mas em 2026 a Lua Cheia reduzirá a taxa visível para cerca de 10 meteoros por hora. Mesmo assim, algumas bolas de fogo brilhantes ainda podem aparecer se você bloquear o brilho da Lua com um prédio, árvore ou colina.
A chuva é melhor observada a partir do Hemisfério Norte; no sul, apenas alguns meteoros serão visíveis.
Saiba mais: Guia completo das Quadrântidas 2026
22 de abril: Pico das Líridas (18 meteoros/hora)

As Líridas atingem o pico por volta de 22–23 de abril, com cerca de 18 meteoros por hora em condições perfeitas de visibilidade. Essa chuva é uma das mais antigas já registradas (observada há mais de 2.700 anos) e também marca o fim da “estação seca” de meteoros, de janeiro a abril.
As Líridas são melhor observadas no Hemisfério Norte, embora muitas localidades do Hemisfério Sul também consigam vê‑las. Observe do fim da noite até o começo da manhã. A Lua, próxima ao quarto crescente, não vai atrapalhar muito este ano.
Saiba mais: Tudo o que você precisa saber sobre as Líridas 2026
6 de maio: Pico das Eta Aquáridas (50 meteoros/hora)

As Eta Aquáridas — uma das melhores chuvas de meteoros para o Hemisfério Sul — alcançarão o pico em 6 de maio de 2026, apenas cinco dias após a Lua Cheia. Como a Lua brilhante estará acima do horizonte durante a maior parte da noite, as condições de observação não serão ideais, especialmente para os meteoros mais fracos. Dessa forma, a taxa usual de cerca de 50 meteoros por hora no pico provavelmente será reduzida. Para melhorar sua visão, tente bloquear a Lua com uma árvore, prédio ou colina próxima.
Embora as Eta Aquáridas favoreçam fortemente os observadores do Hemisfério Sul, essa chuva de meteoros ainda pode ser vista em latitudes de até 40°N, mas a taxa horária ali cai para cerca de 10 meteoros por hora. Com a interferência da Lua, as Eta Aquáridas serão bem desafiadoras de observar a partir do Hemisfério Norte em 2026.
Saiba mais: Eta Aquáridas 2026: a melhor chuva de meteoros de maio?
31 de julho: Pico das δ‑Aquáridas do Sul e α‑Capricórnidas (25 e 5 meteoros/hora)

Um pico “duplo” de chuva de meteoros ocorre na noite de 30–31 de julho, favorecendo o Hemisfério Sul. As δ‑Aquáridas do Sul e as α‑Capricórnidas atingem o máximo ao mesmo tempo, normalmente produzindo cerca de 25 e 5 meteoros por hora, respectivamente.
Em 2026, a Lua Cheia de 29 de julho vai deixar o céu mais claro; por isso, tente bloquear o brilho lunar com um prédio, árvore ou colina. Ambas as chuvas são mais fáceis de observar em latitudes do Hemisfério Sul e em latitudes médias do Hemisfério Norte; regiões muito ao norte veem menos meteoros. Como esses meteoros são geralmente fracos, o luar tornará a tarefa de avistá‑los mais difícil do que o normal.
As δ‑Aquáridas são conhecidas por sua atividade constante ao longo de várias semanas, enquanto as α‑Capricórnidas são famosas pelas bolas de fogo brilhantes e lentas, mesmo produzindo menos meteoros.
Saiba mais: Chuvas de meteoros no fim de julho de 2026
17 de novembro: Pico das Leônidas (15 meteoros/hora)

Na noite de 17–18 de novembro, as Leônidas atingem o pico, geralmente com cerca de 15 meteoros por hora. Essa chuva é famosa por suas tempestades de meteoros no passado e, embora nenhuma seja esperada em 2026, os astrônomos preveem uma atividade ligeiramente maior entre 17 e 19 de novembro.
O pico está previsto para 17 de novembro às 23:45 GMT. A Lua, próxima ao quarto crescente, se porá por volta da meia‑noite, deixando o céu mais escuro na segunda metade da noite — justamente quando o radiante sobe mais alto e atinge sua melhor posição de observação antes do amanhecer.
Saiba mais: Chuva de meteoros Leônidas em novembro de 2026
Eventos planetários em 2026 que valem a pena observar
Um dos fenômenos astronômicos mais fáceis e gratificantes de observar ou fotografar é quando dois ou mais planetas aparecem bem próximos no céu. A olho nu, eles parecem pontos de luz brilhantes, mas o fato de serem mundos distantes é realmente impressionante. Você está enxergando através de imensas distâncias no espaço usando apenas os próprios olhos. A seguir, veja alguns dos eventos planetários mais interessantes de 2026.
8 de março: Vênus brilhante perto do planeta com anéis, Saturno

Na noite de 8 de março, olhe baixo sobre o horizonte oeste, na direção do pôr do Sol, para encontrar a brilhante Vênus passando perto de Saturno na constelação de Peixes. O par será visível cerca de uma hora após o pôr do Sol.
Ambos os planetas podem ser vistos sem nenhuma ajuda óptica, mas binóculos ou um telescópio vão melhorar muito a visão de Saturno. Com eles, você pode vislumbrar seus anéis icônicos — incontáveis fragmentos de gelo e rocha cobertos por poeira e outros materiais. É incrível pensar que você está observando um objeto a cerca de 1,4 bilhão de quilômetros de distância, literalmente do quintal de casa.
Vênus nos binóculos ainda parecerá um ponto de luz muito brilhante. Por volta de 8 de março, ela estará próxima de sua fase cheia, com cerca de 97% de iluminação; por isso, sua forma quase não mudará nas lentes — mas o brilho intenso fará com que se destaque ao lado de Saturno.
25 de novembro: Urano em oposição

Urano estará em oposição ao Sol em 25 de novembro de 2026, às 22:40 GMT, brilhando com magnitude 5,6 — seu brilho máximo no ano. Nessa noite, o planeta nascerá a leste ao pôr do Sol e permanecerá visível a noite toda na constelação de Touro. Em teoria, Urano pode ser visto a olho nu sob um céu muito escuro, mas na prática é bem mais fácil observá‑lo com bons binóculos ou um telescópio. Com um telescópio de porte médio, você pode até enxergar quatro de suas luas: Titânia, Oberon, Umbriel e Ariel.
Perto da oposição, Urano também fará sua máxima aproximação da Terra em 2026, a uma distância de cerca de 18,4 unidades astronômicas. Seu disco aparente alcançará o maior tamanho do ano, com aproximadamente 3,8 segundos de arco de diâmetro.
Todos os planetas externos podem chegar à oposição, e esse costuma ser o melhor momento para observá‑los. As oposições dos planetas externos mais brilhantes, como Júpiter e Saturno, estão entre os destaques dos eventos astronômicos de 2026.
Alinhamentos planetários em 2026
Alinhamentos planetários são sempre empolgantes de observar. Os grandes alinhamentos, envolvendo de cinco a sete planetas, costumam chamar mais atenção. Em 2026, eles acontecerão em:
- 28 de fevereiro de 2026 (um grande alinhamento vespertino de Mercúrio, Vênus, Netuno, Saturno, Urano e Júpiter);
- 12 de agosto de 2026 (um grande alinhamento matutino de Júpiter, Mercúrio, Marte, Urano, Saturno e Netuno).
No entanto, alinhamentos menores podem parecer ainda mais elegantes, porque os planetas se agrupam em uma região mais compacta do céu. Veja o que 2026 reserva.
Alinhamento planetário em abril de 2026

Nas manhãs em torno de 18 de abril, Saturno, Marte, Mercúrio e Netuno se alinharão em um setor muito pequeno do céu, com cerca de 4° de largura (dependendo da sua localização). Esse alinhamento será difícil de ver, já que todos os planetas estarão muito próximos do Sol. Tente observar baixo sobre o horizonte leste, cerca de uma hora antes do nascer do Sol. Observadores no Hemisfério Sul terão mais chances, pois os planetas ficarão um pouco mais altos enquanto o céu ainda está escuro.
Saturno, Marte e Mercúrio serão visíveis a olho nu. Netuno normalmente pode ser observado com um pequeno telescópio, mas, com o céu clareando pela manhã, provavelmente ficará fraco demais para ser visto, mesmo com instrumentos ópticos.
Alinhamento planetário em junho de 2026

Por volta de 12 de junho, ocorrerá um mini alinhamento com três planetas. Cerca de uma hora após o pôr do Sol, olhe acima do horizonte oeste para ver Mercúrio, Júpiter e Vênus alinhados no céu. Os três serão fáceis de identificar a olho nu, reunidos em um setor de cerca de 10° (aproximadamente a largura do seu punho com o braço estendido).
A partir de 16 de junho, uma Lua crescente bem fina também entrará em cena, deixando a paisagem celeste ainda mais bonita.
Alinhamento planetário em novembro de 2026

Nas manhãs em torno de 14 de novembro, Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter formarão um alinhamento no céu sudeste do Hemisfério Norte e no céu nordeste do Hemisfério Sul. Os planetas ocuparão um setor de cerca de 50° no céu.
Perto do horizonte, você encontrará Mercúrio e a brilhante Vênus, ambos permanecendo próximos do Sol. Mais acima, Marte e Júpiter aparecerão lado a lado. Os quatro planetas serão visíveis a olho nu, mas você precisará procurar por Mercúrio pouco antes do nascer do Sol, enquanto o céu ainda está escuro o suficiente.
A visão será bem melhor no Hemisfério Norte. No sul, Mercúrio ficará perto demais do Sol e será quase invisível.
Cometas em 2026 que podem proporcionar belas observações
Os cometas são famosos por serem imprevisíveis — mesmo aqueles que prometem brilhar intensamente podem enfraquecer ou se fragmentar, enquanto cometas fracos e “sem graça” podem, de repente, explodir em brilho e se tornar sensações mundiais. Até o momento, espera‑se que o cometa mais brilhante de 2026 seja o C/2025 R3 (PANSTARRS), com as previsões mais otimistas colocando seu pico de brilho em magnitude 3,7, perto de 25 de abril de 2026 — o que significa que ele poderá ficar visível a olho nu sob um céu bem escuro. Mas quem sabe quais surpresas o Universo ainda reserva?
Veja a seguir outros cometas que também podem oferecer belas oportunidades de observação em 2026.
Para obter as informações mais atualizadas sobre cometas potencialmente brilhantes, confira nosso Calendário de Próximos Cometas.
Janeiro–fevereiro de 2026: Cometa C/2024 E1 (Wierzchos)

O cometa C/2024 E1 (Wierzchos) será um dos objetos celestes mais interessantes do começo de 2026.
Ele atingirá o periélio em 20 de janeiro de 2026, passando a 0,56 unidades astronômicas (cerca de 85 milhões de km) do Sol. Nessa época, espera‑se que o cometa Wierzchos atinja cerca de 5ª magnitude, tornando‑se um alvo fácil para binóculos ou um pequeno telescópio. No dia do periélio, ele aparecerá a aproximadamente 22° de distância angular do Sol no céu da tarde, muito baixo sobre o horizonte sudoeste e visível apenas a partir do Hemisfério Sul. Na maioria dos locais do Hemisfério Norte, ele nascerá durante o dia ou simplesmente não chegará a nascer.
O cometa ficará acessível para observadores do Hemisfério Norte mais tarde, perto de sua maior aproximação com a Terra, em 17 de fevereiro de 2026. Nessa fase, o cometa se afastará mais do brilho do Sol em nosso céu e voltará a aparecer no céu da tarde para algumas localidades do norte (em torno de 42°N e mais ao sul), muito baixo sobre o horizonte sudoeste, cerca de uma hora após o pôr do Sol. No Hemisfério Sul, nesse período, o cometa Wierzchos ficará relativamente alto no céu sudoeste.
Quando chegar ao perigeu, o cometa terá enfraquecido para cerca de 8ª magnitude, mas ainda será um alvo fácil de localizar com binóculos ou um pequeno telescópio sob céus escuros.
Julho–agosto de 2026: Cometa 10P/Tempel 2

O cometa 10P/Tempel 2 estará muito bem posicionado para observação em julho e agosto de 2026, tornando‑se visível no céu da tarde pouco depois do pôr do Sol. Observadores em ambos os hemisférios terão a chance de vê‑lo, embora ele apareça mais alto acima do horizonte para quem estiver no Hemisfério Sul. Perto de seu periélio, em 2 de agosto de 2026, o cometa deverá atingir brilho em torno de magnitude 8, o que o torna um alvo tranquilo para binóculos ou um pequeno telescópio sob um céu escuro. Sua maior aproximação à Terra acontecerá no dia seguinte, 3 de agosto, quando passará a 0,41 unidades astronômicas (cerca de 62 milhões de km).
O cometa Tempel 2 é um conhecido cometa periódico da família de Júpiter, descoberto pela primeira vez em 4 de julho de 1873 por Wilhelm Tempel. Ele completa uma órbita ao redor do Sol em aproximadamente 5,37 anos, viajando entre 1,42 UA no periélio e 4,71 UA no afélio. A aparição de 2026 oferecerá condições favoráveis para os observadores e uma ótima oportunidade para estudar esse cometa de retorno.
Em resumo: não deixe os eventos celestes de 2026 passarem em branco
O ano de 2026 traz muitos eventos no céu que não são recordistas, mas ainda assim são raros à sua própria maneira — uma Lua crescente escondendo um planeta brilhante, uma chuva de meteoros moderada em uma noite limpa, um cometa facilmente visível nos binóculos após o pôr do Sol. Juntos, eles formam um ano repleto de pequenos “bônus” celestes que você pode aproveitar sem equipamento especial ou preparação complicada.
Para garantir que você realmente veja esses fenômenos — e não apenas leia sobre eles depois — use o app gratuito Sky Tonight. Ele mostrará exatamente onde cada objeto está no céu acima de você, ajudará a converter os horários para a sua localização e reunirá todos esses eventos em um calendário prático. Em vez de esperar apenas pelo próximo espetáculo “uma vez na vida”, instale Sky Tonight, saia para observar o céu e deixe 2026 surpreender você várias e várias vezes.
Mais calendários astronômicos:
