Turismo espacial: um civil pode ir para o espaço?

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O ano de 2021 foi agitado para o turismo espacial privado: no geral, mais de 15 civis fizeram uma viagem ao espaço durante este ano. Neste artigo, você aprenderá mais sobre a indústria do turismo espacial, sua história e as empresas mais propensas a fazer de você um turista espacial.

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O que é turismo espacial?

Turismo espacial é a viagem espacial humana para fins recreativos ou de lazer. Ele é dividido em diferentes tipos, incluindo turismo espacial orbital, suborbital e lunar.

No entanto, existem definições mais amplas para o turismo espacial. De acordo com o Guia do Turismo Espacial, o turismo espacial é uma atividade comercial relacionada ao espaço que inclui ir ao espaço como turista, assistir ao lançamento de um foguete, observar estrelas ou viajar para um destino com foco no espaço.

Breve história do turismo espacial

O primeiro turista espacial foi Dennis Tito, um multimilionário americano que passou quase oito dias a bordo da Estação Espacial Internacional em abril de 2001. Essa viagem custou-lhe US$ 20 milhões e fez de Tito o primeiro cidadão particular a comprar uma passagem espacial. Nos oito anos seguintes, mais seis cidadãos seguiram Tito até a Estação Espacial Internacional para se tornarem turistas espaciais.

À medida que o turismo espacial se tornou uma realidade, dezenas de empresas entraram nesse setor com a esperança de lucrar com o renovado interesse público no espaço, incluindo a Blue Origin em 2000 e a Virgin Galactic em 2004. Na década de 2000, os turistas espaciais estavam limitados a lançamentos a bordo das aeronaves russas Soyuz e só podiam ir para a EEI. Porém, tudo mudou quando os outros players começaram a crescer no mercado. Agora, há uma variedade de destinos e empresas para viagens ao espaço.

Empresas de turismo espacial

Hoje, existem seis grandes empresas espaciais que estão organizando ou planejando organizar voos turísticos para o espaço:

  • Virgin Galactic;
  • Blue Origin;
  • SpaceX;
  • Boeing;
  • Axiom Space;
  • Space Perspective.

Enquanto as duas primeiras estão focadas em voos suborbitais, a Axiom e a Boeing estão trabalhando em missões orbitais. A SpaceX, por sua vez, está priorizando o turismo lunar no futuro. Por enquanto, a empresa de Elon Musk permitiu que sua espaçonave Crew Dragon fosse fretada para voos orbitais, como aconteceu com a missão de 3 dias Inspiration4. A Space Perspective está desenvolvendo um sistema diferente, baseado em balão, para transportar os clientes para a estratosfera, e pretende iniciar seus voos comerciais em 2024.

Voos espaciais orbitais e suborbitais

Os voos orbitais e suborbitais são muito diferentes. Fazer um voo orbital significa permanecer em órbita; em outras palavras, dar a volta ao planeta continuamente em uma velocidade muito alta para não cair de volta na Terra. Uma viagem dessas leva vários dias, até mesmo uma semana ou mais. Um voo suborbital, por sua vez, é mais como um salto espacial: você decola, faz um enorme arco e, eventualmente, cai de volta na Terra, sem nunca entrar em órbita. A duração de um voo desses varia de 2 a 3 horas.

Aqui está um exemplo: um voo espacial leva você a uma altitude de 100 km acima da Terra. Para entrar em órbita — fazer um voo orbital — você teria que adquirir uma velocidade de cerca de 28.000 km por hora ou mais. Mas para alcançar a altitude determinada e voltar para a Terra — fazer um voo suborbital — você teria que voar a apenas 6.000 km por hora. Esse voo consome menos energia, menos combustível; portanto, é menos caro.

Quanto custa para uma pessoa ir ao espaço?

  • Virgin Galactic: US$ 250.000 para um voo suborbital de 2 horas a uma altitude de 80 km;
  • Blue Origin: aproximadamente US$ 300.000 para um voo suborbital de 12 minutos a uma altitude de 100 km;
  • Axiom Space: US$ 55 milhões para um voo orbital de 10 dias;
  • Space Perspective: US$ 125.000 para um voo de 6 horas até a borda do espaço (32 km acima da Terra).

O preço depende, mas lembre-se de que os voos espaciais suborbitais são sempre mais baratos.

Turismo espacial vale a pena?

O que exatamente você espera de uma viagem ao espaço? Além das impressões incríveis, confira o que você pode vivenciar durante uma viagem dessas:

  • Microgravidade. Lembre-se de que, durante um voo suborbital, você terá apenas alguns minutos de microgravidade, mas será realmente fascinante.
  • Doença do espaço. Os sintomas incluem suores frios, mal-estar, perda de apetite, náuseas, fadiga e vômitos. Nem os astronautas experientes estão imunes a ela!
  • Força G. 1G é a aceleração que sentimos devido à força da gravidade; geralmente, os astronautas sentem cerca de 3Gs durante o lançamento de um foguete. Para entender como uma força G influencia as pessoas, assista a este vídeo.

Posso me tornar um turista espacial?

Por ora, o obstáculo mais significativo do turismo espacial é o preço. Mas as viagens aéreas também já foram caras; uma passagem de ida custava mais da metade do preço de um carro novo. Muito provavelmente, o preço das viagens espaciais também cairá ao longo do tempo. Por enquanto, você precisa ser muito rico ou vencer uma competição, como fez Sian Proctor, membro da missão Inspiration4. Mas, antes de gastar milhares de dólares em viagens espaciais, confira mais um fato que convém considerar.

Por que o turismo espacial é ruim para o meio ambiente?

Os lançamentos de foguetes são prejudiciais ao meio ambiente, em geral. Durante a queima dos combustíveis do foguete, os motores liberam gases nocivos e partículas de fuligem (também conhecidas como carbono negro) na alta atmosfera, resultando na redução da camada de ozônio. Pense nisto: em 2018, foguetes produtores de carbono negro emitiram aproximadamente a mesma quantidade de carbono negro que a indústria global de aviação emite anualmente.

No entanto, nem todas as empresas espaciais usam carbono negro como combustível. O foguete New Shepard da Blue Origin tem um motor movido a hidrogênio líquido: o hidrogênio não emite carbono, mas simplesmente se transforma em vapor d'água ao queimar.

A principal razão pela qual o turismo espacial pode ser prejudicial ao meio ambiente é sua possível popularidade. Com o aumento da quantidade de lançamentos de foguetes, a pegada de carbono só aumentará — a Virgin Galactic, sozinha, pretende lançar 400 desses voos todos os anos. Enquanto isso, a fuligem liberada por 1.000 voos de turismo espacial poderia aquecer a Antártica em quase 1 °C!

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