Próximo cometa visível da Terra: como ver o cometa Lemmon em outubro-novembro de 2025
Boas notícias para os amantes da astronomia! Há um cometa que fica mais brilhante a cada dia e pode se tornar visível a olho nu. Em outubro e novembro de 2025, observe o cometa C/2025 A6 (Lemmon) brilhando no céu — use o app gratuito Sky Tonight para acompanhá-lo esta noite. Este guia vai te ajudar a planejar suas observações e se preparar para registrar o próximo grande cometa.
Conteúdo
- O que você precisa saber sobre o C/2025 A6 (Lemmon)
- Como e onde encontrar o C/2025 A6 (Lemmon) no céu?
- Como fotografar o cometa C/2025 A6 (Lemmon) (guia para iniciantes)
- Descoberta do C/2025 A6 (Lemmon)
- Resumo: principais dados do C/2025 A6 (Lemmon)
O que você precisa saber sobre o C/2025 A6 (Lemmon)

- O melhor período para observar o cometa Lemmon no Hemisfério Norte é de 12 de outubro a 2 de novembro. Nesse tempo, o C/2025 A6 estará próximo da Terra e poderá ser visto a olho nu sob céus escuros, longe das luzes da cidade. Espera-se que o cometa atinja seu brilho máximo por volta de 31 de outubro ou 1º de novembro.

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Uma surpresa brilhante. Descoberto em 3 de janeiro de 2025, o cometa Lemmon apareceu inicialmente muito fraco (mag 21) e parecia mais um asteroide. Segundo as previsões iniciais, seu brilho máximo não deveria ultrapassar a visibilidade em telescópios. No entanto, após reaparecer da conjunção com o Sol, as primeiras observações em agosto mostraram sinais de aumento de atividade cometária, e depois disso o cometa aumentou rapidamente de brilho em apenas um mês.
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Provavelmente o melhor cometa de 2025. Se a tendência continuar, no fim de outubro poderemos ver um cometa brilhante, fácil de observar com binóculos e talvez até a olho nu sob um céu escuro. É provável que nenhum outro cometa alcance esse brilho nessa época. Lembre-se: cometas são imprevisíveis, então encare isso como uma estimativa, não uma promessa.

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Favorece o Hemisfério Norte. A órbita do cometa é inclinada em 144°, fazendo com que ele se mova de forma retrógrada — no sentido oposto ao dos planetas — e atinja o periélio ao norte da eclíptica, favorecendo os observadores do Norte. A partir de 10 de outubro, o cometa se torna circumpolar (não se põe) para latitudes acima de 48° N. Além disso, sua melhor visibilidade à noite ocorre entre o fim de outubro e início de novembro, quando as noites são longas e claras no Hemisfério Norte.
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Um viajante ancestral. O cometa Lemmon já passou pelo Sol antes e tinha um período orbital de cerca de 1.350 anos — ou seja, a última aparição foi há mais de mil anos. No entanto, sua passagem atual pelo Sistema Solar alterou seu período orbital (algo comum em cometas). Em 16 de abril, ele passou a 348,5 milhões de km de Júpiter. A gravidade do planeta reduziu sua energia orbital, encurtando o período em cerca de 200 anos — agora estimado em 1.154 anos.
Quão brilhante será o C/2025 A6 (Lemmon)?
Vamos aos números. Em astronomia, quanto menor o valor da magnitude, mais brilhante é o objeto.
As previsões iniciais indicavam um cometa modesto — cerca de magnitude 9 no pico próximo ao periélio, no começo de novembro. Mas, após a conjunção solar em 2 de julho de 2025, observações em meados de agosto mostraram um rápido aumento no brilho: de magnitude 16,5 para 9 em cerca de um mês. Em setembro, C/2025 A6 (Lemmon) já havia superado o brilho máximo previsto e continua brilhando.

A previsão atual indica brilho máximo em torno da magnitude 3.7 no fim de outubro, o que o tornaria um objeto visível a olho nu sob céus escuros e um alvo fácil para binóculos. Alguns modelos sugerem magnitude 2 ou até mais brilhante, enquanto estimativas mais conservadoras apontam magnitude 4, ainda ideal para binóculos e levemente visível a olho nu sob condições perfeitas.
Lembre-se: os cometas não seguem roteiros, então esteja preparado para surpresas. Siga-nos nas redes sociais, onde publicaremos as últimas atualizações sobre o C/2025 A6 (Lemmon).
Onde o C/2025 A6 (Lemmon) será visível?
O C/2025 A6 (Lemmon) é atualmente um objeto matutino no Hemisfério Norte, mas passará a ser visível no céu da tarde em meados de outubro. As latitudes mais altas do norte são especialmente favorecidas — por volta dessa época, o cometa até se tornará circumpolar acima dos 48° N.

Entre o fim de outubro e o início de novembro, o cometa poderá atingir magnitude 3–4, depois diminuirá rapidamente de brilho. No fim de novembro, ficará muito baixo no horizonte durante o crepúsculo vespertino, tornando-se praticamente impossível de observar.
No Hemisfério Sul, C/2025 A6 (Lemmon) ainda não está bem posicionado, mas deverá aparecer a partir de meados de novembro.
Trajetória do C/2025 A6 (Lemmon) em 2025

O cometa está atualmente na constelação de Lynx, no céu da manhã. Ele depois passará pelas constelações do norte — Leo Minor, Ursa Major, Canes Venatici, Boötes — e seguirá para Serpens, Hercules, Ophiuchus. Por volta de 20 de novembro, desaparecerá no crepúsculo da tarde.
Como e onde encontrar o C/2025 A6 (Lemmon) no céu?
Aqui está o caminho detalhado do cometa para você saber onde procurá-lo. Quer algo mais fácil? Abra o app gratuito Sky Tonight, procure C/2025 A6 (Lemmon) e siga a seta na tela.
Início de outubro: visível antes do amanhecer (por volta das 2h, horário local), atingindo seu ponto mais alto pouco antes do nascer do Sol. Olhe para o nordeste, a leste da Ursa Major. Elongação ~58°.
Meados de outubro: transita para o céu da tarde em várias regiões (alguns lugares ainda o verão também pela manhã). À noite, olhe para o noroeste (a oeste da Ursa Major). Pela manhã, olhe para o norte-noroeste. No dia 16, passará a menos de 1° de Cor Caroli (mag 2,9). Elongação ~48°.
Fim de outubro: melhor visível à noite. Aguarde a escuridão total (anoitecer astronômico). Procure acima do horizonte oeste, na constelação de Boötes. Arcturus estará a cerca de 10° abaixo. Elongação ~39°.
Fim de outubro–início de novembro (brilho máximo): observe após o anoitecer, sobre o horizonte oeste, em Ophiuchus. A estrela mais próxima é Unukalhai (mag 2,6), cerca de 8° a oeste. Elongação ~33°.
Meados de novembro: após o periélio em 8 de novembro, o cometa perderá brilho rapidamente. Será visível no Hemisfério Sul à noite, baixo no oeste, em Ophiuchus. Elongação ~24°.
¹A elongação é a distância angular entre o objeto e o Sol. Quanto maior o número, mais fácil é observar o objeto, já que a luz solar não atrapalha.
Fases da Lua
A Lua interfere nas observações de objetos tênues. Prefira noites sem luar.
- Lua Nova: 21 de outubro
- Quarto Crescente: 29 de outubro
- Lua Cheia: 5 de novembro (felizmente, o cometa estará no lado oposto do céu)
- Quarto Minguante: 14 de novembro
Veja o calendário lunar em nosso site para mais detalhes.
Como fotografar o cometa C/2025 A6 (Lemmon) (guia para iniciantes)

O cometa não ficará por muito tempo — mas suas fotos sim! O cometa Lemmon é uma excelente oportunidade para praticar astrofotografia: deve ser o cometa mais brilhante de 2025, visível sob céus escuros, com uma longa cauda que se estende por vários graus no céu — um espetáculo perfeito para ser registrado.
Ao fotografar um cometa, lembre-se de duas coisas:
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Os cometas se movem pelo céu. Exposições curtas de alguns segundos não mostram muito movimento, mas em sequências longas ou imagens empilhadas, o núcleo do cometa pode se deslocar levemente em relação às estrelas.
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Céus escuros são essenciais. A poluição luminosa e o luar reduzem o contraste. Para melhores resultados, escolha condições escuras. O app gratuito Sky Tonight pode te ajudar a localizar o cometa, verificar sua altitude e encontrar o melhor horário de observação quando o céu estiver mais escuro.
A seguir, veja como capturar o cometa com diferentes equipamentos — desde um smartphone em um tripé até uma câmera com rastreador estelar ou até mesmo um telescópio.
Fotografando com smartphone
Usando apenas o celular, o cometa provavelmente aparecerá como uma mancha difusa, e a cauda pode ser pouco perceptível — mas ainda vale a tentativa! Se você não conseguir ver o cometa Lemmon a olho nu, uma foto pode revelá-lo. Basta localizar sua posição no céu com o app gratuito Sky Tonight, tirar a foto com as configurações certas e voilà! Veja como fazer:
- Apoie o celular em um tripé ou superfície estável.
- Ative o modo Noturno ou o modo Astrofotografia (disponível em alguns modelos).
Se o seu celular tiver modo Pro/Avançado, ajuste manualmente as configurações. Aqui vai um guia rápido:
- ISO (sensibilidade): Use 1600–3200. Valores mais altos tornam a imagem mais clara, mas aumentam o ruído.
- Exposição (velocidade do obturador): 5–10 segundos. Exposições longas podem borrar estrelas e o cometa.
- Abertura (f/): Normalmente fixa em celulares. Um número menor (como f/1.8) deixa entrar mais luz.
- Zoom: Use 1× ou 2× para melhor nitidez. Em 0.5× o cometa parece pequeno; em 2× se destaca mais. Se o celular permitir 3× ou mais, experimente para uma visão mais próxima.
Fotografando com câmera + tripé
Este é o primeiro passo além do celular. Com essa configuração, você pode capturar uma foto de grande campo com paisagem ou um plano mais fechado mostrando o cometa e sua cauda curta.
- Lente: 14–35 mm para paisagens; 85–135 mm para planos mais próximos.
- ISO: 1600–3200.
- Exposição: 10–20 s com grande angular; 5–10 s com teleobjetiva curta para evitar rastros de estrelas.
- Abertura: O mais ampla possível (f/2–f/2.8).
- Foco: Manual, em uma estrela brilhante próxima ao cometa.
💡 Dica: o modo AR do Sky Tonight ajuda a alinhar o cometa com um elemento do cenário — como uma árvore, montanha ou prédio — para uma composição mais impressionante.
Fotografando com câmera + tripé + teleobjetiva ou telescópio
Essa configuração permite ampliar o núcleo do cometa e parte de sua cauda. Sem rastreamento, porém, as exposições devem ser curtas.
- Distância focal: 200–500 mm ou telescópio pequeno (80–100 mm de abertura).
- ISO: 1600–3200.
- Exposição: 1–5 s para evitar borrões.
- Abertura: f/4–f/5, típica em telescópios.
O resultado será um núcleo nítido com um leve traço da cauda. Para mais detalhes, capture várias imagens curtas e empilhe-as no pós-processamento.
Fotografando com câmera + tripé + rastreador estelar
Um rastreador estelar acompanha o movimento do céu, permitindo exposições mais longas e revelando detalhes sutis na cauda do cometa.
- Lente: 50–200 mm.
- ISO: 800–1600.
- Exposição: 30–120 s, dependendo da distância focal.
- Abertura: f/2–f/4.
- Técnica: Crie duas pilhas — uma alinhada com as estrelas e outra com o cometa. Combine-as no processamento para manter ambos nítidos.
Fotografando com câmera + tripé + rastreador estelar + teleobjetiva ou telescópio
Essa combinação oferece os resultados mais detalhados, revelando estruturas finas da cauda e até variações sutis de cor (cauda iônica vs. cauda de poeira).
- Distância focal: 300–500 mm ou telescópio refrator pequeno.
- ISO: 800–1600.
- Exposição: 20–60 s por frame.
- Abertura: f/4–f/5 (típica de telescópios).
- Empilhamento: Alinhe as imagens com o cometa para manter o núcleo definido e nítido.
Descoberta do C/2025 A6 (Lemmon)
O Mount Lemmon Survey detectou o objeto pela primeira vez em 3 de janeiro de 2025, com magnitude 21,5 — tão fraco que parecia um asteroide. Imagens anteriores do Pan-STARRS (de 12 de novembro de 2024) foram identificadas depois. Observações posteriores revelaram uma coma condensada (≈2,2 arcseg) e uma cauda curta (≈2 arcseg, observada em 21 de fevereiro de 2025), confirmando sua natureza cometária. Um mês e meio após a descoberta, o objeto foi nomeado oficialmente como C/2025 A6 (Lemmon). Trata-se de um cometa dinamicamente antigo, ou seja, já passou pelo Sol antes.
Resumo: principais dados do C/2025 A6 (Lemmon)
- Tipo: cometa de longo período, dinamicamente antigo
- Período orbital: 1.350 anos (entrada)/ 1.154 anos (saída)
- Periélio: 8 de novembro de 2025, a 0,53 UA
- Maior aproximação à Terra: 21 de outubro de 2025, a 0,60 UA
- Brilho máximo previsto: mag 4 (visível com binóculos; possivelmente a olho nu em boas condições), próximo ao periélio
- Melhor visibilidade: Hemisfério Norte, fim de outubro – início de novembro
C/2025 A6 (Lemmon) será um excelente alvo no final de outubro e início de novembro de 2025. Se continuar brilhando, poderá atingir magnitude 4, sendo facilmente visível com binóculos e até a olho nu. O Hemisfério Norte verá o cometa primeiro; no Sul, será visível a partir de meados de novembro. Para seguir sua posição ao vivo, use o app gratuito Sky Tonight.