Luas galileanas: um guia completo das quatro maiores luas de Júpiter

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Em 1610, Galileu fez uma descoberta que mudou nossa visão do Universo: ele encontrou quatro luas orbitando Júpiter, provando que nem tudo gira ao redor da Terra. Elas lhe lembraram um Sistema Solar em miniatura — de fato, essas quatro luas são como planetas completos. Continue lendo para descobrir o que torna cada uma única — e comece sua jornada pelo sistema joviano com o app Sky Tonight!

Índice

Quantas luas Júpiter tem?

Até agora, 95 luas de Júpiter foram descobertas; os astrônomos podem encontrar mais no futuro. Apenas 53 delas têm nome. A maioria é pequena, com menos de 10 quilômetros de diâmetro, e foi descoberta entre as décadas de 1970 e 1990 por sondas automatizadas. As primeiras quatro luas jovianas foram observadas no século XVII com um telescópio caseiro. Elas são (em ordem decrescente de tamanho): Ganimedes, Calisto, Io e Europa.

Relative masses
As massas relativas dos satélites jovianos. Os menores que Europa não são visíveis nesta escala e, juntos, só apareceriam com ampliação de 100×.

Quem descobriu as quatro maiores luas de Júpiter?

As quatro maiores luas de Júpiter foram descobertas em 1610 pelo astrônomo italiano Galileo Galilei – por isso também são chamadas de luas galileanas, ou luas de Galileu. No início, ele não conseguia enxergar Io e Europa separadamente, identificando três objetos em vez de quatro. Além disso, ele as confundiu com estrelas fixas. Ele só percebeu posteriormente que elas não estavam paradas, mas em órbita de Júpiter.

A descoberta de Galileu foi revolucionária. Ela revelou que nem todos os corpos celestes giram em torno da Terra, ao contrário da teoria geocêntrica utilizada naquela época. Além disso, mostrou a importância de um telescópio para as observâncias astronômicas: Galileu só conseguiu observar os satélites jovianos quando ele aprimorou o modelo de seu telescópio artesanal.

Inicialmente, Galileu nomeou as luas de “estrelas de Cosme” (mais tarde – “estrelas medicianas”) em homenagem a seu patrono Cosme de Médici. Em seus cadernos, ele se referiu aos satélites como Júpiter I (Io), Júpiter II (Europa), Júpiter III (Ganímedes) e Júpiter IV (Calisto). Os nomes que usamos atualmente foram escolhidos pelo astrônomo Simon Marius, que descobriu as luas quase que simultâneo a Galileu, e decidiu nomeá-las em homenagem aos personagens mitológicos gregos. Vejamos quais luas foram observadas pela primeira vez perto de Júpiter.

Jovian Moons
Em ordem crescente de distância de Júpiter, aqui estão os quatro maiores satélites jovianos: Io, Europa, Ganimedes e Calisto.

Io: a “pizza mofada”

Io
Alguns vulcões de Io são tão poderosos que suas erupções podem ser vistas com grandes telescópios da Terra. Io também tem lagos de lava de silicato derretido em sua superfície.
  • Massa: 0,015 Terras
  • Diâmetro: 3660 km
  • Circunferência equatorial: 11.445,5 km
  • Velocidade orbital: 17.334 km/s
  • Temperatura da superfície: -183 °C a -143 °C (-297 °F a -225 °F)
  • Magnitude aparente: 5,02
  • Nome em homenagem: sacerdotisa de Hera, amante de Zeus

Quando os cientistas da Voyager viram Io pela primeira vez, eles a descreveram como “pizza mofada”. O que causa esse seu visual incomum? Io é o objeto mais geologicamente ativo do Sistema Solar – ela abriga mais de 400 vulcões. A superfície de silicato de Io é coberta com gelo de dióxido de enxofre, pontos escuros de vulcões em erupção e fluxos de lava. É por isso que vemos manchas pretas, brancas, laranja, amarelas e verdes sobre Io.

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Europa: mundo potencialmente habitável

Europa
A superfície de Europa é feita de gelo de água, por isso reflete 5,5 vezes mais luz solar do que a nossa Lua.
  • Massa: 0,008 Terras
  • Diâmetro: 3122 km
  • Circunferência equatorial: 9807 km
  • Velocidade orbital: 13.743,36 m/s
  • Temperatura da superfície: -223 °C a -148 °C (-369 °F a -234 °F)
  • Magnitude aparente: 5,29
  • Nome em homenagem: Nobre fenícia, amante de Zeus

Europa é a menor e mais lisa das luas galileanas. É notável por potencialmente ter um oceano de água sob sua cobertura gelada de 15 quilômetros de espessura. Se for verdade, este oceano pode conter duas vezes mais água líquida do que todos os oceanos da Terra juntos. Mais importante ainda, pode ter condições adequadas para que a vida extraterrestre se desenvolva, tornando a Europa um bom objeto de estudo para os astrobiólogos.

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Veja Infográfico

Ganímedes: a maior lua do Sistema Solar

Ganymede
Ganimedes é a maior lua de todo o Sistema Solar; é maior do que Mercúrio e o planeta anão Plutão, e apenas um pouco menor que Marte.
  • Massa: 0,025 Terras
  • Diâmetro: 5268 km
  • Circunferência equatorial: 16.532 km
  • Velocidade orbital: 10.880 km/s
  • Temperatura da superfície: -203 °C a -121 °C (-333 °F a -186 °F)
  • Magnitude aparente: 4,61
  • Nome em homenagem: Copeiro de Zeus

Ganímedes assemelha-se à Lua da Terra, mas é 1,5 vezes maior (é assim que ficaria se Ganímedes orbitasse a Terra). É grande o suficiente para ser a única lua com seu próprio campo magnético. Acredita-se que ela também tenha um oceano subterrâneo salgado, o que pode significar a presença de organismos vivos.

Callisto: Valhalla está aqui

Callisto
A superfície rochosa e congelada de Calisto é a mais antiga do nosso Sistema Solar. Ela tem cerca de 4 bilhões de anos e provavelmente foi bombardeada por cometas e asteroides.
  • Massa: 0,018 Terras
  • Diâmetro: 4821 km
  • Circunferência equatorial: 15.144 km
  • Velocidade orbital: 8,204 km/s
  • Temperatura da superfície: -193 °C a -108 °C (-315 °F a -162 °F)
  • Magnitude aparente: 5,65
  • Nome em homenagem: Uma ninfa, amante de Zeus

Calisto é o objeto com mais crateras no Sistema Solar. Uma das maiores crateras tem o nome de Valhalla – o majestoso salão para os guerreiros mortos descansarem na vida após a morte. Calisto era considerado como "sem graça", pois não mostrou nenhuma atividade vulcânica ou tectônica. Mas na década de 1990, dados coletados pela espaçonave da NASA revelaram que poderia haver um oceano sob sua superfície. Desde então, Calisto também está na lista de mundos potencialmente habitáveis.

Perguntas Frequentes

Como se formaram as luas galileanas?

Cientistas acreditam que as quatro maiores luas de Júpiter se formaram a partir do disco de material que sobrou após a formação do próprio Júpiter. Assim como os outros planetas do Sistema Solar, Júpiter se formou de um disco de gás e poeira ao redor do Sol jovem.

Depois que Júpiter se formou, o material restante em sua órbita começou a se agrupar e crescer. Eventualmente, esse material formou as maiores luas de Júpiter — as luas galileanas. Essas luas provavelmente têm cerca de 4,5 bilhões de anos, assim como o próprio Sistema Solar.

Por que Júpiter tem tantas luas?

Júpiter é enorme – tem o dobro da massa de todos os outros planetas do Sistema Solar juntos. Por isso, seu campo gravitacional é forte o suficiente para atrair até 95 satélites.

Embora Júpiter seja famoso por suas muitas luas, ele não detém o recorde. O verdadeiro rei dos satélites é Saturno, que tem mais de 200 luas! Quer aprender mais curiosidades sobre o planeta com anéis? Faça nosso quiz!

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Posso ver as luas de Júpiter?

Sim, mas elas são quase impossíveis de ver a olho nu. É melhor usar binóculos modernos, que são opticamente superiores ao telescópio caseiro de Galileu. Para localizá-las no céu, use o app Sky Tonight: abra o app e digite o nome de uma lua na barra de busca.

Se você não tiver binóculos, ainda pode explorar as luas galileanas de perto com o app Solar Walk 2. Nele, você pode ver suas posições em tempo real, observar suas superfícies, comparar seus tamanhos com Júpiter e aprender muitos fatos interessantes sobre cada uma.

As luas de Júpiter têm uma atmosfera?

Io possui uma atmosfera composta principalmente de dióxido de enxofre. A de Calisto é composta de dióxido de carbono. Europa e Ganímedes apresentam uma atmosfera de oxigênio, mas é muito tênue para respirarmos.

Podemos colonizar as luas de Júpiter?

O sistema joviano, em geral, não é ideal para colonização, principalmente devido ao seu ambiente de radiação intensa. Por exemplo, depois de passar alguns dias na Europa, você pode obter uma dose letal de radiação. No entanto, de todas as luas de Júpiter, Calisto é a menos afetada pela radiação e é considerada o lugar mais provável para a construção de uma base humana.

A água na Europa é potável?

Ninguém a bebeu ainda, mas provavelmente tem gosto de água nos oceanos da Terra devido as reações químicas com as rochas. Infelizmente, isso significa que é muito salgado para beber.

Conclusão: luas galileanas

As quatro maiores luas de Júpiter — Io, Europa, Ganimedes e Calisto — não são apenas pontos distantes no céu noturno. São objetos fascinantes, cada um com sua própria história. De paisagens vulcânicas a oceanos escondidos, essas luas têm muito a surpreender você.

Pronto para vê-las com seus próprios olhos? Baixe o app Sky Tonight e comece hoje mesmo sua aventura pelas incríveis luas de Júpiter!

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