Luas Galileanas: As quatro maiores luas de Júpiter
Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, tem o segundo maior número de luas. As primeiras quatro delas – as luas de Galileu (ou luas galileanas) – foram descobertas há mais de 400 anos. Qual delas é a maior do Sistema Solar e qual é potencialmente habitável? Vamos descobrir.
Índice
- Quantas luas Júpiter tem?
- Quem descobriu as quatro maiores luas de Júpiter?
- Io: a “pizza mofada”
- Europa: mundo potencialmente habitável
- Ganímedes: a maior lua do Sistema Solar
- Callisto: Valhalla está aqui
- Perguntas Frequentes
Quantas luas Júpiter tem?
Até agora, foram encontradas 79 luas de Júpiter; mas os astrônomos podem encontrar mais no futuro. Apenas 53 das luas têm nome. A maioria delas é pequena, com menos de 10 quilômetros de diâmetro, e foram descobertas entre as décadas de 1970 e 1990 por modernas espaçonaves automatizadas. No entanto, os primeiros quatro satélites jovianos foram descobertos no século XVII através de um telescópio caseiro.
Quem descobriu as quatro maiores luas de Júpiter?
As quatro maiores luas de Júpiter foram descobertas em 1610 pelo astrônomo italiano Galileo Galilei – por isso também são chamadas de luas galileanas, ou luas de Galileu. No início, ele não conseguia enxergar Io e Europa separadamente, identificando três objetos em vez de quatro. Além disso, ele as confundiu com estrelas fixas. Ele só percebeu posteriormente que elas não estavam paradas, mas em órbita de Júpiter.
A descoberta de Galileu foi revolucionária. Ela revelou que nem todos os corpos celestes giram em torno da Terra, ao contrário da teoria geocêntrica utilizada naquela época. Além disso, mostrou a importância de um telescópio para as observâncias astronômicas: Galileu só conseguiu observar os satélites jovianos quando ele aprimorou o modelo de seu telescópio artesanal.
Inicialmente, Galileu nomeou as luas de “estrelas de Cosme” (mais tarde – “estrelas medicianas”) em homenagem a seu patrono Cosme de Médici. Em seus cadernos, ele se referiu aos satélites como Júpiter I (Io), Júpiter II (Europa), Júpiter III (Ganímedes) e Júpiter IV (Calisto). Os nomes que usamos atualmente foram escolhidos pelo astrônomo Simon Marius, que descobriu as luas quase que simultâneo a Galileu, e decidiu nomeá-las em homenagem aos personagens mitológicos gregos. Vejamos quais luas foram observadas pela primeira vez perto de Júpiter.
Io: a “pizza mofada”
- Massa: 0,015 Terras
- Diâmetro: 3660 km
- Circunferência equatorial: 11.445,5 km
- Velocidade orbital: 17.334 km/s
- Temperatura da superfície: -183 °C a -143 °C (-297 °F a -225 °F)
- Magnitude aparente: 5,02
- Nome em homenagem: sacerdotisa de Hera, amante de Zeus
Quando os cientistas da Voyager viram Io pela primeira vez, eles a descreveram como “pizza mofada”. O que causa esse seu visual incomum? Io é o objeto mais geologicamente ativo do Sistema Solar – ela abriga mais de 400 vulcões. A superfície de silicato de Io é coberta com gelo de dióxido de enxofre, pontos escuros de vulcões em erupção e fluxos de lava. É por isso que vemos manchas pretas, brancas, laranja, amarelas e verdes sobre Io.
Europa: mundo potencialmente habitável
- Massa: 0,008 Terras
- Diâmetro: 3122 km
- Circunferência equatorial: 9807 km
- Velocidade orbital: 13.743,36 m/s
- Temperatura da superfície: -223 °C a -148 °C (-369 °F a -234 °F)
- Magnitude aparente: 5,29
- Nome em homenagem: Nobre fenícia, amante de Zeus
Europa é a menor e mais lisa das luas galileanas. É notável por potencialmente ter um oceano de água sob sua cobertura gelada de 15 quilômetros de espessura. Se for verdade, este oceano pode conter duas vezes mais água líquida do que todos os oceanos da Terra juntos. Mais importante ainda, pode ter condições adequadas para que a vida extraterrestre se desenvolva, tornando a Europa um bom objeto de estudo para os astrobiólogos.
Ganímedes: a maior lua do Sistema Solar
- Massa: 0,025 Terras
- Diâmetro: 5268 km
- Circunferência equatorial: 16.532 km
- Velocidade orbital: 10.880 km/s
- Temperatura da superfície: -203 °C a -121 °C (-333 °F a -186 °F)
- Magnitude aparente: 4,61
- Nome em homenagem: Copeiro de Zeus
Ganímedes assemelha-se à Lua da Terra, mas é 1,5 vezes maior (é assim que ficaria se Ganímedes orbitasse a Terra). É grande o suficiente para ser a única lua com seu próprio campo magnético. Acredita-se que ela também tenha um oceano subterrâneo salgado, o que pode significar a presença de organismos vivos.
Callisto: Valhalla está aqui
- Massa: 0,018 Terras
- Diâmetro: 4821 km
- Circunferência equatorial: 15.144 km
- Velocidade orbital: 8,204 km/s
- Temperatura da superfície: -193 °C a -108 °C (-315 °F a -162 °F)
- Magnitude aparente: 5,65
- Nome em homenagem: Uma ninfa, amante de Zeus
Calisto é o objeto com mais crateras no Sistema Solar. Uma das maiores crateras tem o nome de Valhalla – o majestoso salão para os guerreiros mortos descansarem na vida após a morte. Calisto era considerado como "sem graça", pois não mostrou nenhuma atividade vulcânica ou tectônica. Mas na década de 1990, dados coletados pela espaçonave da NASA revelaram que poderia haver um oceano sob sua superfície. Desde então, Calisto também está na lista de mundos potencialmente habitáveis.
Perguntas Frequentes
Por que Júpiter tem tantas luas?
Júpiter é gigante – duas vezes maior que todos os outros planetas do Sistema Solar juntos. Portanto, seu campo gravitacional é forte o suficiente para atrair até 79 luas.
É possível ver as luas de Júpiter?
Sim, mas são quase impossíveis de detectar a olho nu. Melhor usar binóculos modernos que são opticamente superiores ao telescópio artesanal de Galileu. Para encontrá-las através do aplicativo Sky Tonight, é necessário aumentar o zoom em Júpiter. Se os satélites não estiverem visíveis, abra o painel de configurações rápidas na canto inferior da tela e ajuste o filtro de magnitude aparente.
As luas de Júpiter têm uma atmosfera?
Io possui uma atmosfera composta principalmente de dióxido de enxofre. A de Calisto é composta de dióxido de carbono. Europa e Ganímedes apresentam uma atmosfera de oxigênio, mas é muito tênue para respirarmos.
Podemos colonizar as luas de Júpiter?
O sistema joviano, em geral, não é ideal para colonização, principalmente devido ao seu ambiente de radiação intensa. Por exemplo, depois de passar alguns dias na Europa, você pode obter uma dose letal de radiação. No entanto, de todas as luas de Júpiter, Calisto é a menos afetada pela radiação e é considerada o lugar mais provável para a construção de uma base humana.
A água na Europa é potável?
Ninguém a bebeu ainda, mas provavelmente tem gosto de água nos oceanos da Terra devido as reações químicas com as rochas. Infelizmente, isso significa que é muito salgado para beber.